Eu começo a dançar mais ou menos em 1980, que é a parte que todo mundo sabe.

Sempre contei que da minha formação em Dança eu trouxe para a vida os meus melhores amigos. Muitos tantos nesta longa trajetória, alguns que já se tornaram anjos.

Desculpem não poder falar o nome de todos, mas no vídeo tentei citar o nome de várias pessoas que representam o desencadeamento de várias redes de conexões sendo que todos os envolvidos são muito importantes para mim.

Aqui no texto, fica a Branca Ruiz – por tudo – e, principalmente por ser a responsável por eu ter conhecido o Marcio Yonamine. Lá na Curadoria de Dança do Centro Cultural São Paulo – da Secretaria Municipal de Cultural, onde aconteceram muitas coisas e conheci muitas pessoas que me ensinaram o conceito mais digno do respeito ao patrimônio público e o potencial do SER PÚBLICO: respeitando a história da instituição e não somente no interesse e possibilidades de sua ocupação.

O Marcio torceu o nariz quando me conheceu – na minha cara, sem pudor – quando a Branca me apresentou como a nova curadora de dança. Sim, o cargo não tinha boa fama. “Obrigada, Branca, pela confiança – não em mim, mas na Dança!” Por acreditar que ela tinha salvação… e teve, não é?! E dos tantos trabalhos que fizemos lá no CCSP – muito junto e em parceria – não posso deixar de dizer que a ida ao TPAM a convite da Fundação Japão, logo no início da minha estada na curadoria foi o que consolidou minha parceira com o Yona San para tudo o que se sucedeu. 

E resumindo, de todas as camadas revisitadas de uma espiral infinita de mais de quatro décadas de vida, a todos estas pessoas, direta e indiretamente = muito obrigada! Só cheguei aqui graças a cada um de vocês.

Hoje, agrego a compreensão do exercício da função pública aprendida com a Branca à minha função de Artista. Compreendo que ser Artista é uma missão pública em relação à Arte em si e que me cabe em dado momento, devolver aos meus pares o produto cultural gerado em vida.

Hoje, aceito mais do que nunca exercer o ser Artista no desenvolvimento das minhas múltiplas funções na Dança não só mais como uma bailarina em cena. Sou artista também como professora, como curadora, como mediadora. Em todas elas, eu me incubo da responsabilidade da comunicação e de representar, às vezes, também quem não se pode representar.

Quem me conhece sabe que eu nunca liguei para títulos e que medalha nunca me foi sinal de status. Eu embasei minha carreira e minha trajetória em trabalho, dignidade, integridade e comprometimento com a Dança. Eu não tenho vínculos se não os fortemente construídos na idoneidade e nos princípios éticos e morais –  o que me garantem  não a cara, mas a Alma lavada.

E é assim que nasce o Dança em Arena: para ser preenchido e ser pertencido por quem achar que faz parte disso, JUNTO! 

Não tem certo e errado. Não é engessado – Marcio e eu deixamos isso como premissa. Vamos acertando e errando juntos, com o tempo.

Eu vou errar… vou acertar e tá tudo, certo!

A palavra pode não estar certa, pode ser que falte citação, o diploma com certeza ainda falta.

 

Mas o que importa: Eu sei que não me basto, assim como ninguém – pelo menos os em sã consciência – e por isso que o Dança em Arena é colaborativo, porque ele precisa de todos os que estiverem a fim de fazer algo de uma forma diferente.

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